Do cara que senta na cadeira 1 da sala dos Imortais.
A Capivara
04/01/2005
A capivara Num desses "Liberdade de Expressão", na CBN, o Heródoto Barbeiro quis saber minha opinião sobre quem era a mala do ano que estava acabando. Havia centenas de candidatos, mas preferi a capivara que andou aqui pela Lagoa. Por obra e desgraça da mídia sem assunto, onde pululam diversas malas, foi transformada em personagem do Rio.
Deus é testemunha de que nada tenho contra as capivaras, na verdade, não me lembro de ter visto alguma, aqui na Lagoa ou em qualquer outro canto do mundo. Se vi, não sabia que era capivara --o que dá no mesmo.
Curioso como certa espécie de desocupados, esbofando-se para criar qualquer coisa que chame atenção, promova causas, tente mobilizar as massas criando heróis que antes de se tornarem qualquer coisa de importante, tornam-se malas difíceis de carregar.
Repito que nada tenho contra a capivara, mas achei bobagem o espaço e o tempo que ela ocupou no noticiário miúdo, com gente forçando a barra para empurrá-la pela goela daqueles que, sendo malas isoladas e bastantes, vibram quando estão diante de mala maior e mais letal.
Não sou exatamente um fanático de grandes assuntos. Curto uma pauta periférica, desde que haja alguma coisa a aprender ou a me distrair.
A capivara nada nos ensinou. Distraiu --se é que distraiu mesmo-- pessoas pedestres que se distraem com qualquer coisa, desde que justifique alguns segundos no noticiário. Felizmente, ninguém foi na onda da capivara, ela não emocionou ninguém, não por culpa dela, pois continuou sendo capivara. Talvez não merecesse o título de mala do ano, ela não tem culpa de ser capivara.
Viveu 15 minutos de projeção local, seus promotores cansaram e dela se esqueceram, ficando a esperar mariposas, escorpiões, urubus e cabritos que, sem culpa no cartório, podem ser descobertos e se candidatarem a malas do ano que se inicia.
Carlos Heitor Cony
1.07.2005
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