Agora na hora do almoço saí do trabalho para assistir uma palestra na USP.
peguei o trem na estação Berrini, linha C Osasco-Jurubatuba.
Ao entrar dou de cara com 3 hippie e as suas telas de tecidos com brincos, pulseiras, colares feitos dos mais diversos materiais (couro, semente, casca de árvore). Como toda menina, comecei a olhar descomprissadamente quando escuto:
Hippie: "Moça, você é jornalista?"
Interlúdio: carregava na mão o livro do Ricardo Noblaut "A Arte de fazer um jornal diário"
Para não confundir o rapaz tentando explicar que eu sou relações públicas e ele não entender nada, respondi : Sim (por favor não me prendam!)
Hippie: Então moça eu vou pedir para você escrever sobre a menteira da feiras hippies. É que nós, os hippies, somos proibídos de trabalhar nelas!
Continuei escutando.
Hippie: E você sabe o que eles vendem nessas feiras? Tudo coisa da 25 março! Outro dia la em Campinas a polícia veio tirar a gente de uma feira dessas. Isso porque é lei federal que o artesão tem direito de expor em qualquer lugar! Escreve sobre isso, moça.
Eu: Escrevo, lógico. (cá estou eu inclusive)
Hippie: Então moça, escolha qualquer pulseira dessas de couro que eu te faço por r$2 só pq você vai escrever sobre a gente.
Olhei, olhei. O menino não era dos mais talentosos, mas escolhi uma pulseira e paguei. esguei na minha estação, me despedi.
O couro da pulseira deve ser de algum cachorro, mas pela cor e pelos fios irregulares, aquela coisinha feia que no fim fica legal.
De qualquer maneira, eu, "jornalista", escrevo neste blog sobre a farsa das feirinhas hippies que na verdade são um cartel de comerciante sacoleiros da 25 de março que impossibilitam que singelos artesãos exponham seu humilde trabalho.
Recado dado.
6.08.2005
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