Segunda eu vou completar 24 anos e este vai ser meu primeiro aniversário que não vai ter bolo.
Vai ter comemoração, mas de última hora o bolo não vai comparecer.
Nos últimos 23 aniversários que eu fiz, minha avó, que foi confeiteira profissional lá nos idos do anos 60, fez todos os bolos. Ela nunca admitiu que nos aniversário dos netos dela tivesse um bolo comprado. Ela sempre fez.
E não é porque é minha avós, mas os bolos delas são divinos. Leves, fofos, altos, doce sem ser enjoativo, com cobertura feita minutos antes de servir.
Lá em casa já tinha até um calendário dos bolos conforme o gosto do aniversariante:
Março: bolo de abacaxi para o aniversário do meu pai
Agosto: bolo de chocolate para as festas do meu irmão
Setembro: bolo de morango para a mim
Dezembro: bolo de nozes para as comemorações da minha mãe.
Só que esse ano minha queridíssima vovó boleira está bem doentinha. Ficou assim desde segunda. E eu sei que ela está preocupada que meu aniversário esta chegando e ela quer fazer o bolo. E vai discutir com elas e toda a sua teimosia que seus 87 anos a permite ter?
Juro que eu não tenho coragem nem de pedir para ela não fazer meu bolo, nem de pedir para ela fazer. E assim acaba de cair a ficha que logo mais nem eu, nem mais ninguém lá em casa vai ter bolo da minha avó no aniversário porque uma hora simplesmente não vai dar mais para a minha avó fazê-los.
E comentando isso com o Felix hoje, ele me diz:
- A crônica dessa semana da Vejinha fala exatamente sobre isso.
Pronto, foi ler e chorar.
Tá ai um trechinho dela e o link para ler ela completa.
Enquanto isso vou torcer para minha avó voltar a ficar firme e forte por mais muitos aniversários.
Minha doce vovó
Por Walcyr Carrasco
Minha avó paterna, Rosa, era uma grande cozinheira. Espanhola, baixinha, sempre vestida de cores escuras, usava fogão a lenha – que ela mesma rachava com um machado no quintal. Hoje, quando entro nos supermercados com tudo tão bem embalado, lembro de seu quintal cheio de vida, na cidade do interior onde morava. Muitas crianças talvez nunca tenham visto uma galinha de perto, um pintinho quebrando a casca do ovo ou escavado rabanetes e cenouras como eu fazia na horta de vovó. Lembro das rosquinhas de anis, do bolo de limão com glacê azedinho. Ou dos grandes almoços comemorativos, com pernil, cabrito, frangos assados, tortas de tipos diversos, sobremesas incríveis.
Meu doce predileto era o pudim de queijo parmesão. Uma receita das antigas, com a massa de ovos, leite, farinha e queijo parmesão assada em banho-maria. Quando vinha nos visitar, mal entrava pela porta, eu pedia:
– Vovó, faz pudim?
Leia o resto dessa crônica linda no portal da Vejinha.
9.25.2008
Bolo de Aniversário
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3 comments:
Ai Sy, me fez chorar.
Chorei, viu? Adorava minha avó, morro de saudade dela até hoje.
Feliz aniversário, abrace-a muito neste dia. (boas férias, vi no twitter)
Má, Sam, realmente vó é a coisa mais gostosa nessa vida.
Aliás, um update, minha avó tá bem melhor essa semana.
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